
Efígie (dezembro, 2024)
"A esfinge segura o manto [...], pensando costurá-lo. [...] Aquelas mulheres ensinam a esfinge à distância:
– Tece, tece a vida! – Dizem.
Mas, a esfinge vê que elas temem [...] E, então, diz às moiras:
– Criadoras do destino, o templo é um pássaro! O tempo é um pássaro morto!" (Loio, R.)
O Oráculo de Naia (janeiro, 2024)
"A Naia, ela simplesmente não é. É vertigem, a queda que, afinal, é ascensão, porque ela cai da ilusão gigante, dos demónios, dos anjos, que sonhou. Porque, se um dia sonhou com demónios, teve de sonhar com anjos também. [...] E, se existiam anjos e demónios, o seu tempo e espaço teve de surgir [...]" (Loio, R.).
Hórus e Hator (agosto, 2023)
"Na realidade de hoje, Ísis e Osíris inventam o seu passado, onde se encontraram. Eles são como uma ilha no oceano e o oceano foi a criação deles. A terra foi a criação deles, a vegetação tem as suas raízes no firmamento, do qual obtém energia. E, os frutos são corações pulsantes, vivos, para se descobrirem verdadeiros" (Loio, R.).
A criança caiu na minha vez (março, 2023)
"Liberdade. Asas que se desfizeram de tanto voar, asas que voaram tudo, todo o percurso, asas que se exauriram, mas que chegaram. O tempo já foi, sempre. E, sempre é fora do tempo. O tempo é nunca" (Loio, R.).
O canto de Acalântis (agosto, 2022)
"Canto e a madeira morta desabrolha como se estivesse viva. Ouço-a e volto-me na sua direção. A surpresa faz-me parar, faz-me ver e ouvir, sentir. Nem eu percebia que cantava. A estrutura range [...] É como uma fechadura de madeira gigante e muito antiga. “O que dizia eu?” Pergunto com o tempo suspenso, pois isto é uma resposta" (Loio, R.).
O sábio, o diabo e a nascente (maio, 2022)
"Desaparecem todas as personagens que se sonhavam e fica uma, fico eu, lúcida sobre o meu sonho real. A minha voz ajusta-se com a minha fala, o meu querer com a minha ação, o meu sonho ajusta-se com a realidade. E, quando paro para observar o horizonte, o meu espírito encarna nele" (Loio, R.).
O eixo do tempo (julho, 2021)
"A sabedoria tem todas as idades. É inocente como uma criança, enérgica como um jovem, ponderada como um adulto e serena como um idoso. Porém, a sabedoria nunca poderá dizer exatamente como é, porque ela é também nascimento e morte" (Loio, R.).
O fio da deusa do destino (reedição, março, 2022)
"Ela tece a vida a todo o momento, mas com sabedoria, porque nunca se deixa entretecer nela" (Loio, R.).